Antes de responder a este questionamento, vamos falar um pouco sobre o que é este exame.
A nasofibrolaringoscopia ou nasofibroscopia é um exame diagnóstico que permite avaliar desde a cavidade nasal até a laringe, realizada por meio de um aparelho chamado nasofibroscópio.
Este aparelho consiste em um sistema composto por um tubo flexível, fibras ópticas e câmera, que permitem uma visão global das estruturas, além de mostrar a relação e proporções entre elas.
É um exame indolor que pode ser realizado de maneira rápida (em poucos minutos), em ambiente ambulatorial e sem preparação. O jejum de 2 horas é orientado apenas quando o paciente tem reflexo nauseoso muito intenso.
O exame pode ser feito com anestesia local, com lidocaína gel ou spray ou até mesmo sem uso de anestésicos, uma vez que o efeito da medicação pode incomodar mais do que o próprio exame em si.
A sedação raramente é necessária, sendo usada em pacientes agitados e não colaborativos, como em algumas síndromes neurológicas.
E as crianças toleram bem este exame?
A resposta é sim. A nasofibrolaringoscopia pode ser realizada em crianças de todas as idades. Existem espessuras variadas de fibras que podem ser adaptáveis aos vários tamanhos de fossas nasais, inclusive as de recém-nascidos.
Crianças maiores podem colaborar com a realização do exame, já as crianças menores podem sentir necessidade de proteção dos pais ou acompanhante, podendo ficar no colo para maior conforto e restrição de movimentos, quando necessário.
É um exame indispensável para o diagnóstico de várias doenças nasais, como a hipertrofia adenóide, quadro muito comum na infância e que está associado à apnéia obstrutiva do sono em crianças. Auxilia também no diagnóstico da laringomalácia, como já foi postado no outro artigo da ABOPE.
Entre as vantagens, está também a possibilidade de gravar o vídeo do exame, uma vez que a realização é rápida e muitas vezes é necessário avaliar as imagens para realizar o laudo, o que colabora para o diagnóstico e seguimento do paciente.
Conversar com os pequenos antes da realização do exame, explicando como ele é feito e que o mesmo não causa dor, pode ajudá-los a se sentirem mais seguros, colaborando com o exame.
Referência:
Pignatari, Shirley Shizue Nagata; Alselmo-Lima, Wilma Terezinha (Org.). Tratado de otorrinolaringologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
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